
“Questiono a assembleia se vale a pena continuarmos a fazer votações… Alguém é a favor?” – perguntava Delfim Silva, mas a única resposta que teve foi o silêncio. O presidente eleito decidiu então encerrar aquele ponto. “Não vale a pena perdermos mais tempo” – rematou. O terceiro ponto era o mais importante e a verdadeira razão para a convocação da assembleia: uma revisão orçamental com vista a resolver o problema da falta de dinheiro para o pagamento dos ordenados dos 12 funcionários da Junta de Freguesia. “Eu não tenho executivo logo não posso propor uma revisão. O que posso fazer é informar a Assembleia para que esta delibere sobre o assunto” – disse Delfim Silva. O presidente eleito revelou que “não havia dinheiro nem verba no orçamento” para pagar os salários, mas que, graças à Feira dos Quatro, que se realizou recentemente, os ordenados para o mês de Novembro estariam assegurados. Ainda assim há outras despesas fixas como a água, a luz e as comunicações, que “caem sistematicamente”, e que Delfim Silva não pode suspender.
(...)“Contra factos não há argumentos. Não há justificação para não terem sido previstas verbas orçamentais, mas não vamos julgar quem nos antecedeu” – referiu Delfim Silva, que se revelou “sensível” à situação dos funcionários. “São pessoas que estão dependentes dos ordenados, com rendas por pagar e filhos para sustentar” – salientou, acrescentando que só com nova entrada de verbas se podem pagar os salários relativos a Dezembro já que ele está “limitado de assinar cheques”. A revisão orçamental foi aprovada por unanimidade e o presidente eleito agradeceu em nome dos funcionários.
in jornal Correio da Feira de 12 de Dezembro de 2013. Texto também disponível em www.correiodafeira.pt